terça-feira, 29 de setembro de 2009

2016 - poesia

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2016


Em grito de suplício
peço o benefício
do seu salvo conduto.

Atravessando o viaduto
vejo seu corpo mudo
e coberto de feridas.
Sua beleza ainda em vida
ao lado de um odor
parecido com esgoto.
Movimentando-se com o vento
seus olhos vivos, ainda de garoto,
mesmo se tento
não mexo o seu corpo gordo.

Agora... chegou o governador,
o presidente, o prefeito,
e até um rei, um dia jogador

Pintam a sua face
e pedem que disfarce
o seu cheiro, o seu sangue e seu horror,
por duas semanas pacíficas,
de um falso amor.

Gustavo Moura Brasil


1 comentários:

Atemporal 25 de outubro de 2009 às 12:52  

Oi querido!
Parabéns pelo seu blog! Parabéns também pela sensibilidade em expressar-se, indignar –se através da poesia... Protestando quanto a situações que infelizmente não está ao nosso alcance mudar. Quando der visite o meu bolg. Estou te seguindo agora.
Beijos com carinho!
Tia Elaine

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